[Presos] Manifestação de solidariedade com Eduardo García em Lisboa - 20 de Julho

Centro de Cultura Libertária ateneu2000 at yahoo.com
Mon Jul 9 17:16:40 CEST 2001


Participa na campanha de solidariedade com Eduardo
García:
Concentração frente ao Consulado de Espanha em Lisboa
(Rua do Salitre, 1 – perto da avenida da Liberdade) no
dia 20 de Julho, sexta-feira, pelas 17h30m.


Liberdade para Eduardo García

Eduardo García Macías, de 22 anos, militante da Cruz
Negra Anarquista de Madrid, uma organização de
solidariedade com pres at s sociais, permanece detido
desde Novembro de 2000, num de total isolamento. O seu
crime? Manifestar a sua solidariedade com a luta d at s
pres at s do regime FIES.


A luta dos presos F.I.E.S.

Há vários meses que, no Estado Espanhol, @s pres at s dos
módulos F.I.E.S (Fichero de Internos de Especial
Seguimento), um regime prisional “à americana”
destinado a presos considerados “perigosos”,  vêm
levando a cabo uma dura luta, por meio de greves de
fome e por manifestações de solidariedade no exterior.
Em Março de 2000, cerca de 300 pres at s conseguiram
coordenar uma greve de fome conjunta, exigindo o fim
do isolamento, a libertação de doentes em estado
terminal e com doenças incuráveis e o fim da dispersão
d at s pres at s em prisões a grande distância dos seus
familiares e amigos. 
Simultaneamente, começam a ser enviadas várias cartas
armadilhadas,  ao presidente do Movimiento Contra la
Intolerancia e a jornalistas conhecidos por
colaborarem com o Estado espanhol na criminalização da
luta d at s pres at s sociais. O envio das cartas,
acompanhadas de mensagens de solidariedade com @s
pres at s em luta, foi reivindicado por um grupo
autodenominado “los anarquistas”. Segundo fontes
policiais apenas um dos embrulhos estaria preparado
para explodir, os outros seriam simulados e todos
foram detectados pelos correios.


A detenção e a montagem mediático-policial

A 8 de Novembro de 2000, Eduardo García e Stephanie
Maurette são detid at s em Madrid, acusad at s do envio de
sete cartas-bomba.  A amb at s foi aplicada a lei
anti-terrorista, pelo que o seu  paradeiro logo se
tornou desconhecido para os seus familiares e amigos. 
De imediato, se inicia um ampla campanha mediática com
o objectivo de culpabilizar, difamar e isolar @s
companheir at s detid at s. A polícia inventa um
organograma, amplamente difundido pelos meios de
comunicação, segundo o qual, o preso anarquista
Claudio Lavazza seria o “cérebro” das operações. Este
entraria em contacto com outro preso, Santiago Cobos,
que passava a informação a Stephanie, após o que um
outro elemento escreveria os textos que acompanhariam
as cartas-bomba que Eduardo seria encarregado de
enviar. Segundo a polícia, Eduardo e Stephanie teriam
entrado em contacto com pres at s da ETA na prisão.
Recordemos que tanto Claudio como Santiago são presos
F.I.E.S., pelo que estão sujeitos a uma tão apertada
vigilância - violação de correspondência, buscas
sistemáticas às celas, transferências periódicas,
isolamento total, investigação exaustiva dos
visitantes,... -, que a versão policial adquire um
carácter especialmente fantasioso e que Eduardo e
Stephanie nunca estiveram na prisão senão em visitas
de solidariedade. 
De imediato se iniciam as manifestações públicas de
solidariedade. Alguns dias depois, perante a falta de
provas, Stephanie é libertada, livre de acusações.
Eduardo é libertado sob fiança.
Logo se inicia uma nova campanha difamatória movida
pelos meios de comunicação e por alguns partidos
políticos, que leva a que Eduardo seja detido
novamente. Esta onda de mentiras mediáticas tem o seu
auge a 16 de Novembro, quando o diário El Mundo
publica um artigo em que se acusa a Cruz Negra
Anarquista de ser uma organização armada violenta,
responsável pela autoria dos atentados.


Eduardo é vítima de uma montagem

A verdade é que Eduardo não foi o autor dos atentados.
Eduardo estava activamente envolvido na solidariedade
com as lutas d at s pres at s, além de militar na CNA,
editava autocolantes, panfletos e outro material de
propaganda, com o seu próprio salário, e o boletim
“Modulo Abierto” que funcionava como um porta-voz da
população prisional, pois só publicava artigos
escritos por pres at s.
A sua actividade pública constante e o seu
envolvimento em todo o género de lutas sociais
tornava-o um dos anarquistas mais conhecidos de
Madrid. É difícil imaginar que pudesse viver uma vida
dupla e participar em atentados bombistas sem que
ninguém o soubesse. De resto, não existe nenhuma prova
que o relacione com o envio das bombas, que não as
histórias fantasiosas divulgadas pelos meios de
comunicação e a versão policial que é totalmente
falaciosa. As únicas provas contra Eduardo são:
- A sua relação com Stephanie. Na verdade amb at s não se
conheciam. A libertação de Stephanie sem qualquer
acusação, só prova que não foram capazes de encontrar
qualquer prova que a incriminasse.
- O contacto de Eduardo com vários pres at s através de
cartas e visitas. Esta actividade de solidariedade não
tem nada de criminoso. Se o tivesse, teriam de prender
todos os familiares e amigos dos reclusos.
- A sua relação com “movimentos anarquistas, de apoio
a pres at s e pela abolição das prisões”. Ou seja, o
simples exercer dos direitos de livre associação e
expressão.
- O material encontrado em sua casa. Os meios de
comunicação referem 40 gramas de pólvora, pilhas e uma
garrafa de lixívia. A verdade é que as únicas
testemunhas da “descoberta da pólvora” são agentes
policiais. A mãe de Eduardo, presente no momento das
buscas, afirma que a polícia não chegou sequer a abrir
a gaveta onde, supostamente, foi encontrada. Também a
acta está incompleta e cheia de contradições: é
assinada por agentes que não participaram na busca; no
vídeo gravado pela polícia não se vê a pólvora em
nenhuma imagem, nem tampouco este foi autorizado pelo
juiz; a descrição do material descoberto sofre
múltiplas alterações ao longo do registo, de nove
pilhas passam para oito e depois para sete, primeiro
refere-se que a pólvora estava embrulhada em papel,
depois diz-se que em plástico (tudo isto na mesma
acta). Tudo isto leva-nos, no mínimo, a duvidar da
sobriedade da polícia, quanto mais da honestidade dos
seus relatos.


A situação actual de Eduardo

Desde Novembro do ano passado, que Eduardo se encontra
detido num módulo do cruel regime FIES III, destinado
a membros de grupos armados. Isto significa que
Eduardo permanece isolado 24 horas por dia, sem poder
ter contacto com nenhum outro preso, só podendo sair
para o pátio uma ou duas horas por dia e nunca na
companhia de mais de um preso. Foram-lhe retirados
todos os pertences pessoais e só pode ter na sua cela
dois livros, duas revistas ou jornais. Toda a
correspondência é filtrada e a sua entrega pode ser
atrasada durante 30 dias. Os módulos FIES são
estruturas especiais destinadas a impedir qualquer
contacto com as outras pessoas presas, com o que se
pretende aniquilar qualquer relação humana e
desequilibrar mentalmente as pessoas que neles são
sepultadas vivas. Viver assim as 24 horas do dia, mês
após mês, produz efeitos psicológicos devastadores
(desordens hormonais de todo o género, alterações
cardíacas, angústias, fobias, alterações de
personalidade, doenças mentais e físicas...). No
fundo, o que se pretende é destruir e aniquilar a
personalidade humana.
Apesar das condições que lhe foram impostas, Eduardo
García ainda mantém o seu espírito combativo, animado
pela solidariedade prestada a partir do exterior. No
final de Abril, entrou em greve de fome durante 6
dias, um dia por cada mês que esteve detido e mais um,
o 1º de Maio “como homenagem aos companheiros
assassinados pelo Estado Norte-americano em 1886 e em
apoio das reivindicações que @s companheir at s da CNT
expressam nesse dia nas ruas”.

É urgente manifestarmos a nossa solidariedade com
Eduardo García e pressionarmos o Estado Espanhol,
exigindo a sua libertação imediata.

LIBERDADE PARA EDUARDO GARCÍA!
ABOLIÇÃO DO REGIME F.I.E.S.!
ABAIXO OS MUROS DAS PRISÕES!

 

Escreve a Eduardo García:

EDUARDO GARCÍA MACÍAS
MODULO 4
C.P. MADRID V - SOTO DEL REAL
MADRID
ESPANHA

Envia mensagens exigindo a liberdade de Eduardo para:

MARIA TERESA PALACIOS
JUZGADO DE INSTRUCCION 3
AUDIENCIA NACIONAL
C/ GARCÍA GUTIERREZ 1
28080 MADRID
ESPANHA
 


Concentração pela  Liberdade de Eduardo García
20 de Julho - sexta-feira - 17h30m - Consulado de
Espanha (Rua do Salitre, 1)


Comissão de Reconstituição da Organização
Anarco-Sindicalista Portuguesa (AIT-SP)
Comissão de Solidariedade com Eduardo García
(Apartado 50029 / 1701-001 Lisboa       
anarcosindicalista at hotmail.com)


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